quarta-feira, 13 de setembro de 2023

SÓ MAIS UM DIA VULGAR (11/21)

Tem dias que parece que a gente não vai conseguir fazer nada de bom. Que nada mesmo vai resultar de nossa passagem aqui que valha a pena sequer ser lembrado, nem comentado. Um silêncio absurdo é o que vai ficar desta existência simples e sem brilho. Cada um de nós pensa e sente assim alguns dias. E a se considerar o grande mundo e as grandes coisas, isso é a simples verdade. É a verdade dos sem talento, sem tino, sem fibra e ou sem sorte o bastante para qualquer coisa. É o mundo dos ninguém. Dos talvez. Dos quase também. E a gente está no meio disso. Essa é a minha história. Que já tenho quase 60 anos não é? Eu sinto realmente tudo isto com realismo, como eu mesmo gosto de dizer. E a vida segue, assim também, tem dias que a gente ri e tem dias que a gente trinca os dentes. A vida segue assim também e, seja até por teimosia, eu sigo com ela. Tento arrancar leite das pedras, como eles falam no ditado, tento ser qualquer coisa apenas e nada realmente chega a ser ao menos bonito ou certo o suficiente pra sequer existir. Então, de novo, eu vou carregar as pedras até o topo da montanha e espremer até tirar água, leite, mel. Esse é o meu papel. E de novo eu vou perceber que não consegui. Eu sempre falho, sempre erro, sempre estou distante do certo.

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