quarta-feira, 13 de setembro de 2023

O fascismo nosso de cada dia. Sobre a perseguição às religiões de matriz africana no Brasil (2014))

Onde estamos? Quando? Na idade média? Como pode isto, tentar anular uma cultura, oprimir até eliminar as culturas diferentes? Na Europa eles chamam isto de fascismo, de nazismo, de barbárie. Mas isso é pq eles não viveram nas Américas (pós) coloniais e escravagistas. Isto, aqui, é a marca da civilização, é o cristianismo, é até a democracia e a liberdade, é a nossa forma de existir. Aqui isto é assim. Sempre foi. Somos uma sociedade erguida e mantida sobre a violência, a tortura e os assasinatos. Com os mesmos alvos determinados de sempre. Basta ver, estatisticamente, quem é agredido e morto e como opera nossa justiça criminal. Violentar e matar negros, índios, sem terra, sem teto, favelados e pobres em geral, gays e mulheres, sempre fez parte da nossa cultura e sempre atendeu aos objetivos econômicos e ideológicos do poder aqui. E de tempos em tempos as forças da opressão se reagrupam e tomam a forma de movimento político. É o fascismo nosso de cada dia assumindo, na política, o poder que sempre teve na realidade, na sociedade e cultura. É a violência contra os mais fracos na nossa sociedade, contra os alvos de sempre, que sempre nos dominou, agora assumida como estratégia política. E, sempre, essa tomada do poder político pelo fascismo que nos domina no dia a dia, está ligada à necessidade de expropriação dos mais pobres para a segurança e o lucro dos mais ricos.

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