sexta-feira, 21 de maio de 2021

O que o sucesso do Vietnam no controle da epidemia nos ensina?




 

"Como resultado do seu processo de detecção, centenas de milhares de pessoas, incluindo viajantes internacionais e aqueles que tiveram contato próximo com as pessoas que testaram positivo foram colocados em centros governamentais de quarentena, reduzindo drasticamente a transmissão domiciliar e comunitária. Pontos quentes com transmissão comunitária, incluindo Da Nang no surto de Julho e Agosto de 2020, foram submetidos a lockdown imediato e o governo se comunicou com os cidadãos frequentemente para mantê-los informados e envolvidos na resposta de saúde pública"

Esse é o nucleo das ações do Vietnam no controle, de sucesso absoluto, da Covid19 no seu território.

Não há aqui nada parecido com a quarentena horizontal e o isolamento social generalizado em todo o país até o advento da vacina. 

E por isso conseguiram controlar a epidemia sem paralisar a economia e a vida social no país em 2020 / 2021. O crescimento do PIB do Vietnam em 2021 foi de praticamente 3%..

Não estou dizendo que precisávamos ou que podíamos tomar as mesmas medidas do Vietnam. Mas também não precisávamos fazer tudo tão errado.

Nem persistir no erro por tanto tempo.

A vigilância epidemiológica sobre a doença foi completamente negligenciada, por praticamente todos os lados, no debate técnico e político sobre o controle da epidemia aqui no Brasil, até agora. E não parece que vai entrar no radar de nenhum dos lados, de fato. 

Não confundam o que estou escrevendo como uma desculpa para a irresponsabilidade e a corrupção assassina do governo Bolsonaro. Eles é que eram os principais responsáveis por dar uma resposta nacional à pandemia. e optaram pela farsa do tratamento precoce.

É verdade que o custo social e econômico de paralisações da vida social, do comércio e de parte da produção, generalizadas e por largos períodos, em todo um país como o nosso, é alto demais e dificilmente a gravidade de uma epidemia seria realmente maior do que a gravidade dessa quebra da vida social e econômica, inclusive para a saúde e sobrevivência das pessoas. E é verdade também que essas medidas eram e foram insuficientes para controlar a epidemia nas cidades e estados onde elas foram e estão sendo impostas.

Eu preciso lembrar que o núcleo, o centro das ações de controle, foi negligenciado também por quem impôs essas medidas restritivas. Não fizeram o que era a sua responsabilidade fundamental.

Mas quem tem a responsabilidade de definir a política nacional de saúde em uma momento de crise como este é o ministério da saúde. É o governo federal. E eles foram omissos, irresponsáveis, corruptos e incompetentes até o nível criminal mesmo. Eles têm dolo sobre as mortes sim.

quarta-feira, 5 de maio de 2021

O CRIME DA CLOROQUINA

Quem prescreve ou recomenda medicação sabidamente ineficaz, ou, com maior risco do que o problema a ser tratado, comete erro por incompetência.

Erro que deve ser considerado criminoso, quando estes pontos estão claros. E quando há dano real ao paciente, seja pela doença ou pelos efeitos colaterais do tratamento ineficaz.

A farsa da hidroxicloroquina se encaixa nestes conceitos e é, portanto, um crime objetivo do governo nesta pandemia.

O que foi e que continua sendo feito, só aqui no Brasil, é  a indicação, divulgação e publicidade de uma medicação falsa, para fingir que se estava tratando a Covid, e, ainda mais, precocemente, ou seja, para a população usar em massa, para incentivar o povo a se manter ativo, trabalhando e consumindo normalmente. 

Essa farsa resultou, certamente, em danos e mortes por efeitos colaterais do remédio e, muito mais ainda, por induzir as pessoas a se exporem ao contágio,  acreditando que tinham um remédio eficaz e seguro pra se tratar precocemente.

Isso realmente é criminoso.

E, como em todo crime, é bom seguir o dinheiro. Quem deu a ordem de compra para as FFAA? Quem executou a ordem? E quem ganhou com isto?

A gente já sabe que o governo tentou impor isto aos ex-ministros da saúde. E sabe também que 

a direção do CFM participou desta farsa. Por opção política. Ainda hoje, de fato, grande parte das elites é bolsonarista. Dentro da categoria médica também, com certeza. Uma opção política irresponsável. E uma opção política pela irresponsabilidade.

Mas, se se trata de um crime, e é isto mesmo, crime contra a humanidade, então todos os que participaram ativamente, têm responsabilidade.