QUESTÕES FREQUENTES SOBRE CANNABIS - MACONHA
MEDICINAL/TERAPÊUTICA
1) Quais são os problemas ou doenças que podem ser
tratados com maconha, (cannabis, canabinoides, CBD, THC)?
Hoje existem evidências
médico científicas em diversos níveis indicando ou comprovando que a maconha
pode ser utilizada terapeuticamente com boa eficácia nas seguintes condições:
●
Autismo
●
Dores
crônicas (todas os tipos de dor crônica, incluindo dores neuropáticas e dores no câncer)
●
Epilepsia
●
Fibromialgia
●
Doenças
inflamatórias crônicas e autoimunes (lúpus, síndrome do intestino irritável, doença
de Crohn, retocolite - artrite reumatóide, entre outras)
●
Asma
●
Esclerose
múltipla
●
Doença
de Parkinson
●
Outras
doenças neurodegenerativas e lesões que cursem com espasticidade muscular
●
Alzheimer
e outras demências
●
Distúrbios
psíquicos em geral: TDAH, transtornos do humor (ansiedade, pânico, depressão),
estresse pós-traumático, bipolaridade, psicose / esquizofrenia
●
Dependência
química de álcool, nicotina, cocaína / crack, opiáceos, diazepinas (rivotril,
bromazepam etc), antipsicóticos (risperidona, aristab, olanzapina, haldol etc)
e outras drogas
●
Glaucoma
●
Pacientes
com câncer, AIDS e outras doenças crônicas graves podem se beneficiar do uso
medicinal da maconha (porque ela atua contra a dor, as náuseas, a insônia e melhora o apetite, o ânimo
e a percepção de bem estar)
●
Em
casos de hipertensão, diabetes e até mesmo no tratamento curativo do câncer
também pode haver benefício com o uso terapêutico de canabinoides
2) Como fazer o tratamento, que produto usar, como
administrar, qual dose?
Em
princípio, todos os tratamentos podem ser feitos com a erva e seus extratos
integrais ou com canabinoides purificados ou isolados (THC ou CBD).
A administração da erva
integral, de seus extratos,
ou dos canabinoides pode ser feita, com eficácia terapêutica, por via oral, por
aplicação na pele ou aspirada (vaporizada / fumada) ou ainda por outras vias.
Os usos mais correntes são
a ingestão, por via oral, de extratos da erva, puros ou diluídos em veículo
comestível (óleo ou glicerina, por exemplo), e o fumar / vaporizar a erva
integral ou seus extratos.
A melhor forma de
administração e as doses adequadas vão depender do distúrbio ou doença, da
idade / peso, da intensidade dos sintomas e das condições gerais de cada
pessoa. E também vão depender bastante da composição de canabinoides do produto
e ainda da diluição empregada no caso dos óleos.
Casos de dor crônica,
espasticidade e vários sintomas psíquicos ou outros que podem surgir em crises
com intensificação progressiva, em geral, podem se beneficiar mais da
administração por via aspirada (vaporizar / fumar) porque o efeito é bastante
imediato. Já casos de doenças que podem requerer o uso contínuo de doses mais
elevadas, como algumas doenças inflamatórias crônicas, podem ser melhor
tratados com uso de óleo em altas concentrações ou extratos puros, por via
oral. O uso associado das duas vias parece ser o mais indicado quando os dois
aspectos estão presentes como nos casos de dor neuropática, por exemplo.
Produtos com alto CBD e
baixo THC vão demandar maiores concentrações e quantidades para produzir
efeito. Já produtos com médio ou alto THC funcionam já com altas diluições e
doses baixas.
De todo modo, é notável
como é grande a amplitude das doses terapêuticas em se tratando de
canabinoides. Por exemplo, para o tratamento de síndromes epilépticas da
infância é razoável tratar com doses que variam desde menos de 2 mg/kg/dia, até
mais de 20mg/kg/dia de CBD. Um paciente com 50 kgs, portanto, pode ter um bom
resultado com menos de 100 mg de CBD por dia, ou precisar de doses acima de
1000 mg de CBD por dia. Esse mesmo paciente poderia ser tratado eficazmente com
menos de 2 mg de THC ou requisitar até doses acima de 200 mg de THC por dia.
Como a amplitude de doses
terapêuticas é muito grande e o uso de doses mais altas no início do tratamento
está associado com uma frequência maior de efeitos psíquicos negativos,
recomenda-se começar, em geral, com dose bem baixa e ir subindo aos poucos até
o melhor nível terapêutico para cada paciente.
Para os extratos da planta
mais comuns aqui no Brasil, com teor moderado / alto de THC, diluídos em óleo
ou glicerina, é bastante razoável, para crianças em geral, o uso de concentração
de 3% (3 gramas de extrato diluído em 97 mls de óleo ou glicerina, ou 30 gramas
de flor cozida em 100 mls de óleo ou glicerina). Concentrações menores podem ser mais adequadas para
crianças menores ou em uso de muitos medicamentos neuropsiquiátricos. Para
adultos em geral é razoável o uso de uma concentração de 6% (6 gr de extrato ou
60 gr de flor em 100 mls de óleo ou glicerina) ou de 9%. Com essas concentrações recomenda-se
iniciar com uma gota, de uma a três vezes ao dia, e aumentar a dose a cada 2 a
5 dias, até obter os melhores efeitos.
Para produtos de CBD
purificados sem THC, ou com alto CBD e muito baixo THC se requer muito maior concentração e /
ou o uso de doses muito altas (muitos mls), para se obter algum efeito.
3) Quais os efeitos esperados do tratamento com
canabinoides?
Espera-se os efeitos
psíquicos gerais de tranquilização, relaxamento, melhora do humor,
intensificação de sensações e de regulação do sono e apetite e controle de
dores e náuseas.
Há efeitos
antiinflamatórios e de regulação da atividade imunológica em geral. A maconha
pode atuar reduzindo a atividade inflamatória em doenças como a síndrome do
intestino irritável, o lúpus e as neuropatias e doenças neurodegenerativas em
geral, entre outras.
Nos casos de epilepsia a
maconha tem se mostrado eficaz para o controle da atividade epileptiforme e das
crises convulsivas.
Em autistas há efeitos
positivos na estabilização de atividade neuropsíquica alterada com melhora dos
sintomas (de crises convulsivas e insônia até hiperatividade e crises
psicocomportamentais) e significativo impulso ao desenvolvimento global (motor, fala,
cognitivo e socialização)..
Existem evidências in vitro
(cultura de células) de efeito antineoplásico, com destruição de células
cancerosas. Existem também relatos de casos de melhora clínica de câncer com o
uso medicinal da erva,
seus extratos ou princípios ativos.
Existem evidências
laboratoriais de que os canabinoides produzem relaxamento de parede vascular e
redução de resistência à insulina, razões porque podem ser úteis para
hipertensão, diabetes, dislipidemia e obesidade e, portanto, para a redução de
risco cardiovascular.
Um conjunto muito
significativo de efeitos positivos do uso terapêutico da maconha está não em
seus efeitos diretos, mas surge como consequência da redução e retirada de
medicamentos, muitas vezes muito tóxicos que os pacientes com estas doenças e
sintomas utilizam. Assim, em doenças inflamatórias crônicas e
autoimunes é possível se obter a redução ou retirada de corticóide e
imunossupressores; no controle da dor, dos opiáceos e outros analgésicos e
antiinflamatórios; na epilepsia, dos anticonvulsivantes; no autismo e
distúrbios psíquicos em geral, dos antipsicóticos e de toda a medicação
neuropsiquiátrica utilizada; no
Parkinson, do prolopa e drogas associadas etc. Não é possível sequer elencar
aqui a quantidade e a gravidade dos efeitos colaterais que estas drogas
frequentemente causam e que o uso terapêutico da maconha permite evitar ou
reduzir pelo menos.
4) Quais os efeitos colaterais ou adversos do uso da
maconha, de seus extratos ou de canabinoides?
Não existe associação
causal comprovada do uso crônico da maconha, ou seus extratos, com qualquer
doença orgânica em seres humanos. Nenhum órgão ou sistema do nosso organismo
parece ser afetado pelo uso da maconha de modo a provocar alguma doença. Assim,
não há risco identificado para o sistema cardiovascular, para os pulmões, para
o sistema renal, nem para o fígado e o sistema digestivo como um todo e não há
efeitos negativos esperados para os ossos, articulações ou músculos. Também não
existe comprovação de nenhuma doença ou degeneração dos nervos associada ao uso
da maconha ou seus derivados.
O principal efeito
colateral identificado no uso terapêutico da cannabis é a sonolência.
Normalmente associada às doses mais altas ou por associação com drogas
neuropsiquiátricas. Com
frequência este efeito é transitório, desaparecendo
com a continuidade do tratamento.
Outras alterações
fisiológicas de menor impacto podem aparecer também, como alterações do
funcionamento intestinal, olhos avermelhados, aumento de temperatura da pele e
enurese noturna. Em geral são leves e passageiros, não comprometendo os
tratamentos.
Os efeitos negativos do uso
da cannabis ou de canabinoides que causam maior preocupação e que ainda hoje
servem de argumento para o proibicionismo são os psíquicos ou psicossociais. O
uso da maconha, de seus extratos ou dos princípios ativos isolados, CBD ou THC, pode desencadear
percepções e reações psíquicas desagradáveis e indesejáveis, como ansiedade,
pânico, depressão, delírios e crises psicocomportamentais. Essas reações
dependem das condições dos usuários, das doses empregadas, do contexto de uso e
da associação com outras drogas e medicamentos neuropsiquiátricos, ou da
retirada destes.
De fato, ao se retirarem os
casos de associação ou retirada de outras drogas, a frequência de casos de
efeitos psíquicos negativos com o uso da maconha cai drasticamente. E, seja
qual for a condição do usuário, a técnica de segurança de iniciar com dose bem
baixa e ir aumentando aos poucos, até o melhor nível terapêutico individual,
reduz em muito a frequência destes casos, praticamente zerando a sua incidência quando o paciente não está
fazendo uso, nem retirada, de outros agentes psicoativos (drogas em geral e
remédios psiquiátricos em particular).
Um aspecto bastante
tranquilizador com relação ao surgimento destes sintomas em associação com o
uso de cannabis é que eles não se tornam persistentes e podem ser bem
controlados, com a retirada dos canabinoides ou, frequentemente, ao contrário,
com o aumento de sua dose.
A literatura
médico-científica, especialmente a psiquiátrica, desenvolvida no período do
proibicionismo da maconha, aponta 02 ou 03 riscos para o consumo da maconha que
se fossem consistentes deveriam nos causar preocupação. São eles:
1. O risco
de esquizofrenia e outras doenças e distúrbios psíquicos crônicos, como a
depressão e o pensamento suicida. Este risco estaria presente especialmente, ou
exclusivamente, em usuários intensivos na adolescência. Os estudos que mostram
a presença de associação entre esquizofrenia e uso de maconha frequentemente
não são capazes de isolar outros fatores como drogas, ambiente e genética e,
sobretudo, não são capazes de estabelecer causalidade na relação entre uso de
maconha e esquizofrenia. Ao contrário, os dados populacionais são muito
consistentes em mostrar que não há diferença significativa nas taxas de
esquizofrenia em populações com taxas de uso de maconha totalmente diferentes,
como são aquelas encontradas entre os jovens da Califórnia e da Austrália por
um lado e da Indonésia ou da Arábia saudita, por outro. Também não se
evidenciou aumento da incidência de esquizofrenia entre jovens nas últimas
décadas do século passado no mundo ocidental, quando, em geral, as taxas de
consumo de maconha aumentaram muito nesta região.
A experiência clínica tem
demonstrado que, justo ao contrário do que alegou, e ainda vem alegando, a ciência proibicionista, a
maconha é um excelente recurso terapêutico para os distúrbios psíquicos em
geral e para a esquizofrenia em especial. Isso explica bem a associação
encontrada entre casos de esquizofrenia e uso de maconha, assim como também
explica o fato de que nas regiões onde há maior utilização de maconha a
esquizofrenia causa menos impacto negativo nos indivíduos e na sociedade (como
afastamento de trabalho, internações e suicídios).
2. Perda
de capacidade e desempenho: memória, concentração e desempenho escolar e
profissional poderiam ser prejudicados pelo uso crônico da erva, sobretudo,
novamente, no uso intensivo na adolescência. Os estudos não comprovam, contudo,
que haja realmente perda de desempenho social em geral devido ao uso de
maconha. Em grande parte as falhas dos estudos proibicionistas neste sentido
são as mesmas apontadas com relação à esquizofrenia. Não isolam outros fatores
e não conseguem estabelecer causalidade.
Essas imputações de graves
efeitos negativos de ordem psíquica e no desempenho social dos usuários são
apoiadas sobre achados, não repetidos em outros estudos, de alterações
anatômicas em certas regiões do cérebro em adultos usuários crônicos da erva.
Contudo, as áreas onde as possíveis alterações ocorreriam nada tem que ver,
funcionalmente, com as alterações de desempenho alegadas. Outro embasamento
frágil para essas imputações é a evidência, in vitro (cultura de células), de
efeito neurotóxico de substância similar ao THC.
Nada disto parece ter
consistência suficiente para preocupar
realmente o usuário da erva para fins medicinais ou qualquer outro. A clínica
com os canabidinoides mostra justamente o contrário, que entre autistas,
TDAH e outros quadros psíquicos e também em casos de doenças orgânicas o desempenho social
melhora e, com frequência, melhora muito, com o uso terapêutico da maconha.
5) Existem contraindicações ou situações em que o uso
da cannabis não pode ser feito?
Não, em princípio a maconha
ou seus extratos podem ser utilizados em qualquer idade, período ou condição de
vida das pessoas, desde o início da vida até a extrema velhice. Do mesmo modo,
nenhuma doença ou condição específica de saúde, de qualquer órgão ou sistema do
nosso organismo, contraindica o uso terapêutico da maconha.
Pessoas com histórico de
distúrbios psíquicos e especialmente aqueles em uso de polimedicação
neuropsiquiátrica parecem ser mais suscetíveis a apresentar distúrbios
psíquicos com o uso de canabinoides. Mas, isso não contraindica o seu uso
nessas condições. Ao contrário, a maconha parece ser uma alternativa para o
tratamento de todos os problemas psíquicos e poder substituir toda a medicação
psiquiátrica hoje utilizada, com bons resultados e menor toxicidade.
O uso na gestação e na
lactação também não é contraindicado, pois não se identificaram, até o momento,
danos ou riscos efetivos contra a saúde da gestante ou do embrião, do feto ou
do lactente. Por outro lado, não existem estudos que garantam a segurança do
uso na gestação / lactação.
6) Quais as diferenças entre CBD e THC?
CBD e THC são canabinoides,
e são considerados os principais princípios ativos da planta cannabis ou
maconha.
Ambos atuam em um amplo e
complexo sistema de receptores do nosso organismo. Esses receptores são
estimulados naturalmente por substâncias parecidas com os canabinoides e se
localizam difusamente no nosso organismo, principalmente nos sistemas nervoso e
imunológico. Esses receptores e as substâncias que naturalmente atual neles formam o sistema
endocanabinoide.
Devido à sua baixa
afinidade pelos receptores endocanabinoides localizados no cérebro, os CB1,
refere-se com frequência que o CBD não tem efeitos psicoativos nem toxicidade,
ao contrário do THC. Essa conclusão é falsa, pois contrária aos resultados
consistentes da experiência clínica e histórica. As
evidências empíricas mostram que, de fato, os efeitos clínicos de CBD e THC são
muito similares e que os efeitos terapêuticos e adversos que se obtém com o uso
de produtos com alto THC também se obtém com produtos com alto CBD e baixo THC,
ou sem THC. A experiência clínica mostra ainda que,
em geral, o THC é dezenas de vezes mais potente do que o CBD. De modo que para
se obter o efeito de 01 mg de THC, em geral, se requer mais de 30 mg de CBD.
Em coerência com essas
informações, estudos recentes mostraram maior efetividade terapêutica geral em
produtos com THC e maior frequência de efeitos colaterais em produtos de CBD
purificado / isolado.
Existem correntes de
pesquisadores que acreditam que a maior efetividade está no efeito conjunto de
THC, CBD e dos demais canabinoides das plantas ou seus extratos integrais. É o
chamado efeito de comitiva.
7) Como ter acesso aos produtos e começar o tratamento
de fato, aqui no Brasil, hoje?
Existem várias vias para se
fazer isto hoje aqui no Brasil. Algumas oficiais e outras informais, algumas
legais e outras apesar da lei.
Em primeiro lugar a ANVISA, que é a agência reguladora da área no
Brasil, liberou formalmente, nos últimos anos, a utilização de CBD e THC como
recursos terapêuticos. Na prática, contudo, o acesso oficial a produtos de
maconha para uso medicinal aqui no Brasil ficou restrito à importação de
extratos integrais ou purificados com alto teor de CBD e baixo teor de THC, ou
sem THC. E, mais recentemente, a ANVISA liberou também a venda em farmácia de
produto com níveis balanceados, equivalentes, de CBD e THC. Essas são as vias
oficiais, com chancela do órgão regulador da área da saúde no país. Elas
resultam em produtos extremamente caros e sujeitos a entraves burocráticos
variados.
Contudo, a maconha é uma
planta que pode ser utilizada terapeuticamente in natura e que não apresenta
dificuldades para a extração e diluição do extrato com os seus princípios
ativos. A extração artesanal destes produtos tem longa tradição (os próprios
produtos importados com autorização da ANVISA eram originalmente de extração
artesanal) e a experiência clínica mostra sua segurança e efetividade, do mesmo
modo que os produtos oficiais.
Hoje temos no Brasil uma
associação que está autorizada pela justiça a plantar a maconha, fazer os seus
extratos e diluições artesanais e vender para todo o país. É uma via legal para
se ter acesso ao tratamento, mas não oficial, pois não tem a aprovação da
ANVISA. Outra via legal,
mas
também não regulamentada
pela ANVISA, é o cultivo
próprio com autorização da justiça que hoje já foi obtida por perto de 40 pacientes / famílias de pacientes. Com a autorização da justiça
(habeas corpus) eles também plantam e extraem artesanalmente os produtos para
seu uso terapêutico. Para tanto se precisa de receita e relatório médico e
acessar a justiça através da defensoria pública ou de advogado próprio.
A maioria dos usuários de
maconha medicinal hoje no Brasil compram no mercado informal de produtos
artesanais feitos aqui no BR ou.produtos importados, diretamente pela internet,
também
informalmente. E muitos
ainda plantam e fazem uso medicinal sem procurarem a justiça.
Com certeza a grande
maioria dos pacientes de maconha medicinal está nestes últimos grupos
principalmente comprando de diversos produtores artesanais aqui do Brasil mesmo.
Isso traz riscos adicionais
de perda de qualidade dos produtos e até contaminações. Este risco é
parcialmente descartado ou minimizado pelos fatos de: 1.haver uma forte rede de
troca de informações entre os pacientes, 2. Vários óleos artesanais aqui do
Brasil terem sido testados laboratorialmente nos últimos 3 anos. 3. Os resultados obtidos com os produtos
legais ou não, importados ou nacionais, artesanais ou manipulados
industrialmente, de mais baixo ou de mais alto THC, tem sido muito similares na
clínica.
Parece razoável concluir
que, no momento, não há vantagem objetiva na importação ou compra em farmácia
de produtos extremamente caros, já que eles não se mostram melhores que aqueles
de produção caseira, nem em eficácia, nem em efeitos colaterais.
8) A maconha causa dependência, o uso medicinal leva à
dependência?
Em muitos pacientes o uso terapêutico
dos canabinoides, da maconha ou seus extratos traz alívio de sintomas, dores e
sofrimentos muitas vezes extremos e melhora a percepção de bem estar e o ânimo.
Nesse sentido a continuidade do seu uso pode ser desejada pelo paciente e
necessária para a sua saúde e bem estar. Pode-se dizer que o paciente está
então dependente de maconha ou de seus princípios ativos THC e/ou CBD? Sim.
Mas, considerando-se dependência no
sentido de dependência química, fissura e efeito rebote ou síndrome de
abstinência na retirada, é
correto dizer que o uso crônico de maconha, nas mais diversas dosagens, não
produz dependência.
No entanto, a principal classificação de doenças e distúrbios
psiquiátricos do mundo, o DSM, incluiu a síndrome de abstinência por maconha em
sua última versão.
9. Referências:
9.1 Terapêuticas
AIDS
Beal JE, Olson R, Laubenstein L, Morales JP,
Bellman P, Yangco B, Lefkowitz L, Plasse TF, Shepard KV. Dronabinol as a
treatment for anorexia associated with weight loss in patients with AIDS.
Journal of Pain and Symptom Management 1995;10(2):89-97
Sidney S. Marijuana use in HIV-positive and
AIDS patients: Results of a an anonymous mail survey. J Cannabis Ther
2001;1(3-4):35-43
Dejesus E, Rodwick BM, Bowers D, Cohen CJ,
Pearce D. Use of dronabinol improves appetite and reverses weight loss in
HIV/AIDS-infected patients. J Int Assoc Physicians AIDS Care 2007;6(2):95-100
Rizzo MD, Crawford RB, Henriquez JE, Aldhamen
YA, Gulick P, Amalfitano A, Kaminski NE. HIV-infected cannabis users have lower
circulating CD16+ monocytes and IFN-γ-inducible protein 10 levels compared with
nonusing HIV patients. AIDS. 2018;32(4):419-429
Asma
Tashkin DP, Shapiro BJ, Frank IM. Acute effects
of smoked marijuana and oral delta9-tetrahydrocannabinol on specific airway
conductance in asthmatic subjects. American Review for Respiratory Diseases.
1974 Apr;109(4):420-8
Tashkin DP, Shapiro BJ, Lee YE, Harper CE.
Effects of smoked marijuana in experimentally induced asthma. American Review
of Respiratory Disease 1975;112(3):377-386
Williams SJ, Hartley JP, Graham JD.
Bronchodilator effect of delta1-tetrahydrocannabinol administered by aerosol of
asthmatic patients. Thorax 1976;31(6):720-723
Tashkin DP, Reiss S, Shapiro BJ, Calvarese B,
Olsen JL, Lodge JW. Bronchial effects of aerosolized delta
9-tetrahydrocannabinol in healthy and asthmatic subjects. American Review of
Respiratory Disease 1977;115(1):57-65
Ansiedade
Fabre, L. F. & Mclendon, D. The efficacy and safety of
nabilone (a synthetic cannabinoid) in the treatment of anxiety. The Journal of
Clinical Pharmacology 21 (1981).
Crippa, J. A. S. et al.
Neural basis of anxiolytic effects of cannabidiol (CBD) in generalized social
anxiety disorder: a preliminary report. Journal
of Psychopharmacology 25, 121–130 (2011)
Bergamaschi, M. M. et al. Cannabidiol reduces the anxiety
induced by simulated public speaking in treatment-naive social phobia patients.
Neuropsychopharmacology 36, 1219 (2011)
Piper BJ, DeKeuster RM, Beals ML, Cobb CM,
Burchman CA, Perkinson L, Lynn ST, Nichols SD, Abess AT. Substitution of
medical cannabis for pharmaceutical agents for pain, anxiety, and sleep. J
Psychopharmacol. 2017;31(5):569-575
Autismo
Horvath K, Stefanatos G,
Sokolski KN, Wachtel R, Nabors L, Tildon JT. Improved social and language
skills after secretin administration in patients with autistic spectrum
disorders. J Assoc Acad Minor Phys. 1998;9:9-15
Strohbeck-Kuehner P, Skopp G,
Mattern R. Cannabis improves symptoms of ADHD. Cannabinoids. 2008;3(1):1–3
Kurz, R.
& Blaas, K. Use of dronabinol (delta-9-THC) in autism: a prospective
single-case-study with an early infantile autistic child. Cannabinoids 5, 4–6
(2010)
Kurz R, Blaas K. Use of dronabinol
(delta-9-THC) in autism: A prospective single-case-study with an early
infantile autistic child. Cannabinoids. 2010;5(4):4–6
Autism-Associated Neuroligin-3 Mutations Commonly Disrupt
Tonic Endocannabinoid Signaling. Csaba Földy & Thomas C. Südhof. Neuron. 2013. Cannabinoid receptor type 2,
but not type 1, is up-regulated in peripheral blood mononuclear cells of
children affected by autistic disorders
Malcher R. Canabinoides ajudam a desvendar aspectos
etiológicos em comum e trazem esperança para o tratamento de autismo e
epilepsia. Revista da Biologia (2014) 13(1): 43–59
Aran, A.,
Cassuto, H. & Lubotzky, A. Cannabidiol Based Medical Cannabis in Children
with Autism- a Retrospective Feasibility Study (P3.318). Neurology 90 (2018)
Karhson DS, Krasinska KM, Dallaire JA, Libove
RA, Phillips JM, Chien AS, Garner JP, Hardan AY, Parker KJ. Plasma anandamide
concentrations are lower in children with autism spectrum disorder. Mol Autism.
2018 Mar 12;9:18
Aran A., Cassuto H., Lubotzky A. Cannabidiol
Based Medical Cannabis in Children with Autism- a Retrospective Feasibility
Study. Neurology 2018 (in press)
Aran A. Cannabinoids for
behavioral problems in autism spectrum disorder: a double blind, randomized,
placebo-controlled trial with crossover. https://clinicaltrials.gov/ct2/show/r
Câncer
(tratamento curativo)
Walsh, D., Nelson, K. A. & Mahmoud, F. Established and
potential therapeutic applications of cannabinoids in oncology. Supportive Care
in Cancer 11, 137–143 (2003)
Câncer
(tratamento suportivo)
Frytak S, Moertel CG, O'Fallon JR, Rubin J,
Creagan ET, O'Connnell MJ. Delta-9-tetrahydrocannabinol as an antiemetics for
patients receiving cancer chemotherapy. A comparison with prochlorperazine and
a placebo. Annals of Internal Medicine 1979;91:825-830.
Gralla RJ, Tyson LB, Bordin LA, Clark RA,
Kelsen DP, Kris MG. Antiemetic therapy: a review of recent studies and a report
of a random assignment trial comparing metoclopramide with
delta-9-tetrahydrocannabinol. Cancer Treatment Report 1984;68:163-172.
Kluin-Nelemans JC, Nelemans FA, Meuwissen
OJATh, Maes RAA. D9-tetrahydrocannabinol (THC) as an antiemetic in patients
treated with cancer chemotherapy; a double-blind cross-over trial against
placebo. Veterinary and Human Toxicology 1979;21:338-340.
Sallan SE, Cronin C, Zelen M, Zinberg NE.
Antiemetics in patients receiving chemotherapy for cancer. A randomized
comparison of delta-9-tetrahydrocannabinol and prochlorperazine. New England
Journal of Medicine 1980;302:135-138
Meiri E, Jhangiani H, Vredenburgh JJ, Barbato
LM, Carter FJ, Yang HM, Baranowski V. Efficacy of dronabinol alone and in
combination with ondansetron versus ondansetron alone for delayed
chemotherapy-induced nausea and vomiting. Curr Med Res Opin 2007;23(3):533-43.
Chan HS, Correia JA, MacLeod SM. Nabilone
versus prochlorperazine for control of cancer chemotherapy-induced emesis in
children: a double-blind, crossover trial. Pediatrics 1987; 79: 946-952
Musty RE, Rossi R. Effects of smoked cannabis
and oral delta-9-tetrahydrocannabinol on nausea and emesis after cancer
chemotherapy: A review of state clinical trials. J Cannabis Ther
2001;1(1):29-42
Dependência de álcool,
cigarro, cocaína/crack
Mikuriya TH. Cannabis substitution. An
adjunctive therapeutic tool in the treatment of alcoholism. Medical Times
1970;98(4):187-91
Ungerleider JT, Andyrsiak T, Fairbanks L,
Ellison GW, Myers LW. D9-THC in the treatment of spasticity associated with
multiple sclerosis. Advances in Alcohol and Substance Abuse 1987;7:39-50
Labigalini E Jr, Rodrigues LR, Da Silveira DX.
Therapeutic use of cannabis by crack addicts in Brazil. J Psychoactive Drugs
1999;31(4):451-5
Aharonovich E, Garawi F, Bisaga A, Brooks D,
Raby WN, Rubin E, Nunes EV, Levin FR. Concurrent cannabis use during treatment
for comorbid ADHD and cocaine dependence: effects on outcome. Am J Drug Alcohol
Abuse. 2006;32(4):629-35
Reiman A. Cannabis as a substitute for alcohol
and other drugs Harm Reduct J 2009;6:35
Socías ME, Kerr T, Wood E, Dong H, Lake S,
Hayashi K, DeBeck K, Jutras-Aswad D, Montaner J, Milloy MJ. Intentional
cannabis use to reduce crack cocaine use in a Canadian setting: A longitudinal
analysis. Addict Behav. 2017;72:138-143
Hindocha C. et al. Cannabidiol reverses
attentional bias to cigarette cues in a human experimental model of tobacco
withdrawal. Addiction. 2018 May 1
Keen L 2nd, Abbate A, Blanden G, Priddie C,
Moeller FG, Rathore M. Confirmed marijuana use and lymphocyte count in black
people living with HIV. Drug Alcohol Depend. 2017;180:22-25
Bonn-Miller MO, Babson KA, Vandrey R. Using cannabis to help you sleep:
heightened frequency of medical cannabis use among those with PTSD. Drug
Alcohol Depend. 2014;136:162-5
Dores crônicas
Selvarajah D, Gandhi R, Emery CJ, Tesfaye S. Randomised
Placebo Controlled Double Blind Clinical Trial of Cannabis Based Medicinal
Product (Sativex) in Painful Diabetic Neuropathy: Depression is a Major
Confounding Factor. Diabetes Care 2010;33(1):128-30
Wallace MS, Marcotte TD, Umlauf A, Gouaux B,
Atkinson JH. Efficacy of Inhaled Cannabis on Painful Diabetic Neuropathy. J
Pain. 2015;16(7):616-27
Barnes MP . Sativex: eficácia clínica e tolerabilidade no
tratamento dos sintomas de esclerose múltipla e dor
neuropática . Expert Opin Pharmacother. Abril de 2006; 7 (5): 607-15. Reveja. PubMed PMID : 16553576
Blake DR, Robson P, Ho M, Jubb RW, McCabe CS.
Preliminary assessment of the efficacy, tolerability and safety of a
cannabis-based medicine (Sativex) in the treatment of pain caused by rheumatoid
arthritis. Rheumatology (Oxford) 2006;45(1):50-2
Johnson JR , et al. “Estudo multicêntrico, duplo-cego,
randomizado, controlado por placebo, em grupos paralelos da
eficácia, segurança e tolerabilidade do extrato de THC : CBD e extrato de THC
em pacientes com dor intratável relacionada ao câncer.” Journal of Pain and
Symptom Management. 2010; 39
Epilepsia
O'Shaughnessy, W., On the Preparations of Indian Hemp, or
Gunjah, (Cannabis indica). Provincial Medical Journal and Retrospect of the
Medical Sciences, 1843(123): p. 363-369.18.
Mechoulam, R. and E.A. Carlini, Toward drugs derived from
cannabis. Naturwissenschaften, 1978. 65(4): p. 174-9
Cunha, J.M., et al., Chronic administration of cannabidiol to
healthy volunteers and epileptic patients. Pharmacology, 1980. 21(3): p. 175-85
Carlini, E.A. and J.M. Cunha, Hypnotic and antiepileptic
effects of cannabidiol. J Clin Pharmacol, 1981. 21(8-9 Suppl): p. 417S-427S
Mortati K, Dworetzky B, Devinsky O. Marijuana: an effective
antiepileptic treatment in partial epilepsy? A case report and review of the
literature. Rev Neurol Dis 2007;4(2):103-6
Maa, E. and P. Figi, The case for medical marijuana in
epilepsy. Epilepsia, 2014
Congresso Brasileiro de Neuropsiquiatria Pediátrica (2015):
Uso de óleo de cannabis rico em canabidiol para controle de epilepsia
refratária: estudo observacional” (Ramires, Malcher e Fleury-Teixeira)
Press CA, Knupp KG, Chapman KE. Parental reporting of
response to oral cannabis extracts for treatment of refractory epilepsy.
Epilepsy Behav. 2015;45:49-52
Hess EJ, Moody KA, Geffrey AL, Pollack SF,
Skirvin LA, Bruno PL, Paolini JL, Thiele EA. Cannabidiol as a new treatment for
drug-resistant epilepsy in tuberous sclerosis complex. Epilepsia.
2016;57(10):1617-1624
Devinsky, O., Cross, J. H., Laux, L., Marsh, E., Miller, I.,
Nabbout, R., et al. (2017). Trial of Cannabidiol for drug-resistant seizures in
the dravet syndrome. The New England Journal of Medicine, 376(21),
2011–2020. https://doi.org/10.1056/NEJMoa1611618
Anderson, C. L. et al. Cannabidiol for the treatment of
drug-resistant epilepsy in children: current state of research. Journal of
Pediatric Neurology 15, 143–150 (2017)
Warren PP, Bebin EM, Nabors LB, Szaflarski JP. The use of
cannabidiol for seizure management in patients with brain tumor-related
epilepsy. Neurocase.
2017;23(5-6):287-291
Thiele EA, Marsh ED,
French JA, et al. ; GWPCARE4 Study Group. Cannabidiol in patients with seizures
associated with Lennox-Gastaut syndrome (GWPCARE4): a randomised, double-blind,
placebo-controlled phase 3 trial. Lancet. 2018;391:1085-1096
Devinsky, O., Patel, A. D., Cross, J. H., Villanueva, V.,
Wirrell, E. C., Privitera, M., et al. (2018). Effect of Cannabidiol on drop
seizures in the lennox-gastaut syndrome. The New England Journal of Medicine,
378(20), 1888–1897
Esclerose Múltipla
Ungerleider JT, Andyrsiak T, Fairbanks L, Ellison GW, Myers
LW. D9-THC in the treatment of spasticity associated with multiple sclerosis.
Advances in Alcohol and Substance Abuse 1987;7:39-50
Greenberg HS, Werness SAS, Pugh JE, Andrus RO, Anderson DJ,
Domino EF. Short-term effects of smoking marijuana on balance in patients with
multiple sclerosis and normal volunteers. Clinical Pharmacology and
Therapeutics 1994;55:324-328
Zajicek J, Fox P, Sanders H, Wright D, Vickery J, Nunn A,
Thompson A, on behalf of the UK MS Research Group. Cannabinoids for treatment
of spasticity and other symptoms related to multiple sclerosis (CAMS study):
multicentre randomised placebo-controlled trial. Lancet 2003; 362(9385):
1517-1526
Vaney C, Heinzel-Gutenbrunner M, Jobin P, Tschopp F, Gattlen
B, Hagen U, Schnelle M, Reif M. Efficacy of tetrahydrocannabinol in patients
refractory to standard antiemetic therapy.Efficacy, safety and tolerability of
an orally administered cannabis extract in the treatment of spasticity in
patients with multiple sclerosis: a randomized, double-blind,
placebo-controlled, crossover study. Multiple Sclerosis 2004;10(4):417-24
Wade DT, Makela P, Robson P, House H, Bateman C. Do
cannabis-based medicinal extracts have general or specific effects on symptoms
in multiple sclerosis? A double-blind, randomized, placebo-controlled study on
160 patients. Multiple Sclerosis 2004;10(4):434-41
Zajicek JP, Sanders HP, Wright DE, Vickery PJ, Ingram WM,
Reilly SM, Nunn AJ, Teare LJ, Fox PJ, Thompson AJ. Cannabinoids in multiple
sclerosis (CAMS) study: safety and efficacy data for 12 months follow up. J
Neurol Neurosurg Psychiatry 2005;76(12):1664-9
Collin C, Ambler Z, Kent R, McCalla R. A randomised
controlled study of Sativex® in patients with symptoms of spasticity due to
multiple sclerosis. 22nd Congress of the ECTRIMS, 27-30 September 2006, Madrid,
Spain
Wade DT, Makela PM, House H, Bateman C, Robson P. Long-term
use of a cannabis-based medicine in the treatment of spasticity and other
symptoms in multiple sclerosis. Mult Scler 2006;12(5):639-45
Novotna A, Mares J, Ratcliffe S, Novakova I, Vachova M,
Zapletalova O, Gasperini C, Pozzilli C, Cefaro L, Comi G, Rossi P, Ambler Z,
Stelmasiak Z, Erdmann A, Montalban X, Klimek A, Davies P; the Sativex
Spasticity Study Group. A randomized, double-blind, placebo-controlled,
parallel-group, enriched-design study of nabiximols* (Sativex(®) ), as add-on
therapy, in subjects with refractory spasticity caused by multiple sclerosis.
Eur J Neurol. 2011 Mar 1
Zajicek JP, Hobart JC, Slade A, Barnes D, Mattison PG; on
behalf of the MUSEC Research Group. Multiple sclerosis and extract of cannabis:
results of the MUSEC trial. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2012;83(11):1125-32
Corey-Bloom J, Wolfson T, Gamst A, Jin S, Marcotte TD,
Bentley H, Gouaux B. Smoked cannabis for spasticity in multiple sclerosis: a
randomized, placebo-controlled trial. CMAJ. 2012;184(10):1143-50
Zajicek J, Ball S, Wright D, Vickery J, Nunn A, Miller D,
Cano MG, McManus D, Mallik S, Hobart J; on behalf of the CUPID investigator
group. Effect of dronabinol on progression in progressive multiple sclerosis
(CUPID): a randomised, placebo-controlled trial. Lancet Neurol.
2013;12(9):857-865
Marinelli L, Mori L, Canneva S, Colombano F, Currà A,
Fattapposta F, Bandini F, Capello E, Abbruzzese G, Trompetto C. The effect of
cannabinoids on the stretch reflex in multiple sclerosis spasticity. Int Clin
Psychopharmacol. 2016;31(4):232-9
Esquizofrenia
Os efeitos do canabidiol ( CBD ) na cognição e sintomas em pacientes
ambulatoriais com
esquizofrenia crônica um estudo randomizado placebo controlado . Psicofarmacologia (Berl). 2018 5 de abril. Doi:
10.1007 / s00213-018-4885-9. [Epub ahead of print] PubMed PMID : 29619533
Estresse/Estresse pós
traumático
Choukèr A, Kaufmann I, Kreth S, Hauer D, Feuerecker M, Thieme D,
Vogeser M, Thiel M, Schelling G. Motion
sickness, stress and the endocannabinoid system. PLoS One 2010;5(5):e10752
Reznik I. Medical cannabis use in post-traumatic stress
disorder: a naturalistic observational study. Abstract presented at the
Cannabinoid Conference 2011, 8-10 September, Bonn, Germany
Passie T, Emrich HM, Karst M, Brandt SD, Halpern JH. Mitigation
of post-traumatic stress symptoms by Cannabis resin: a review of the clinical
and neurobiological evidence. Drug Test Anal. 2012;4(7-8):649-59
Roitman P, Mechoulam R, Cooper-Kazaz R, Shalev A. Preliminary,
open-label, pilot study of add-on oral Δ9-tetrahydrocannabinol in chronic post-traumatic
stress disorder. Clin Drug Investig. 2014;34(8):587-91
Cameron C, Watson D, Robinson J. Use of a synthetic cannabinoid
in a correctional population for posttraumatic stress disorder-related insomnia
and nightmares, chronic pain, harm reduction, and other indications: a
retrospective evaluation. J Clin Psychopharmacol. 2014;34(5):559-64
Fibromialgia
Fiz J, Duran M, Langohr K, Capellà D, Farré M.
Symptoms relief and improved mental health in fibromyalgia patients using
cannabis. Results of an observational study. IACM 4th Conference on
Cannabinoids in Medicine, 5-6 October 2007, Cologne, International Association
for Cannabis as Medicine
Fiz J, Durán M, Capellà D, Carbonell J, Farré
M. Cannabis use in patients with fibromyalgia: effect on symptoms relief and
health-related quality of life. PLoS One 2011;6(4):e18440
Glaucoma
Merritt JC, Perry DD, Russell DN, Jones BF. Topical delta
9-tetrahydrocannabinol and aqueous dynamics in glaucoma. Journal of Clinical
Pharmacololgy 1981;21(8-9 Suppl):467S-471S
Tomida I, Azuara-Blanco A, House H, Flint M, Pertwee RG, Robson
PJ. Effect of sublingual application of cannabinoids on intraocular pressure: a
pilot study. J Glaucoma 2006;15(5):349-353
Hipertensão
Crawford WJ, Merritt JC. Effects of
tetrahydrocannabinol on arterial and intraocular hypertension. International
Journal of Clinical Pharmacololgy and Biopharmacy 1979;17(5):191-196
Doenças
Inflamatórias / auto-imunes
Naftali T, Bar-Lev Schleider L, Dotan I, Lansky
EP, Sklerovsky Benjaminov F, Konikoff FM. Cannabis induces a clinical response
in patients with Crohn's disease: a prospective placebo-controlled study. Clin
Gastroenterol Hepatol. 2013;11(10):1276-1280
Irving PM et al. A Randomized, Double-blind,
Placebo-controlled, Parallel-group, Pilot Study of Cannabidiol-rich Botanical
Extract in the Symptomatic Treatment of Ulcerative Colitis. Inflamm Bowel Dis. 2018;24(4):714-724
Doenças neurodegenerativas
Walther, S.,
Mahlberg, R., Eichmann, U. & Kunz, D. Delta-9-tetrahydrocannabinol for
nighttime agitation in severe dementia. Psychopharmacology 185, 524–528 (2006).
Volicer, L., Stelly, M., Morris, J., McLAUGHLIN, J. &
Volicer, B. J. Effects of dronabinol on anorexia and disturbed behavior in
patients with Alzheimer’s disease. International journal of geriatric
psychiatry 12, 913–919 (1997)
Shohet A, Khlebtovsky A, Roizen N, Roditi Y,
Djaldetti R. Effect of medical cannabis
on thermal quantitative measurements of pain in patients with Parkinson's
disease. Eur J Pain. 2017;21(3):486-493
Balash Y, Bar-Lev Schleider L, Korczyn AD,
Shabtai H, Knaani J, Rosenberg A, Baruch Y, Djaldetti R, Giladi N, Gurevich T.
Medical Cannabis in Parkinson Disease: Real-Life Patients' Experience. Clin
Neuropharmacol. 2017;40(6):268-272
Kindred JH, Li K, Ketelhut NB, Proessl F, Fling
BW, Honce JM, Shaffer WR, Rudroff T. Cannabis use in people with Parkinson's
disease and Multiple Sclerosis: A web-based investigation. Complement Ther Med.
2017;33:99-104
Sieradzan KA, Fox SH, Dick J, Brotchie JM. The
effects of the cannabinoid receptor agonist nabilone on L-DOPA induced
dyskinesia in patients with idiopathic Parkinson's disease (PD). Movement
Disorders 1998;13(Suppl 2):29
Chagas MH, Zuardi AW, Tumas V, Pena-Pereira MA,
Sobreira ET, Bergamaschi MM, dos Santos AC, Teixeira AL, Hallak JE, Crippa JA.
Effects of cannabidiol in the treatment of patients with Parkinson's disease:
an exploratory double-blind trial. J Psychopharmacol. 2014;28(11):1088-98
Shohet A, Khlebtovsky A, Roizen N, Roditi Y,
Djaldetti R. Effect of medical cannabis
on thermal quantitative measurements of pain in patients with Parkinson's
disease. Eur J Pain. 2017;21(3):486-493
Balash Y, Bar-Lev Schleider L, Korczyn AD,
Shabtai H, Knaani J, Rosenberg A, Baruch Y, Djaldetti R, Giladi N, Gurevich T.
Medical Cannabis in Parkinson Disease: Real-Life Patients' Experience. Clin Neuropharmacol.
2017;40(6):268-272
Volicer L, Stelly M, Morris J, McLaughlin J,
Volicer BJ. Effects of dronabinol on anorexia and disturbed behavior in
patients with Alzheimer's disease. International Journal of Geriatric
Psychiatry 1997;12:913-919
Kindred JH, Li K, Ketelhut NB, Proessl F, Fling
BW, Honce JM, Shaffer WR, Rudroff T. Cannabis use in people with Parkinson's
disease and Multiple Sclerosis: A web-based investigation. Complement Ther Med.
2017;33:99-104
Patel S, Shua-Haim JR, Pass M. Safety and
efficacy of dronabinol in the treatment of agitation in patients with
Alzheimer’s disease with anorexia: A retrospective chart review. Abstract, 11th
International Conference of the IPA, 17-22 August 2003, Chicago
Shelef A, Barak Y, Berger U, Paleacu D, Tadger
S, Plopsky I, Baruch Y. Safety and Efficacy of Medical Cannabis Oil for
Behavioral and Psychological Symptoms of Dementia: An-Open Label, Add-On, Pilot
Study. J Alzheimers Dis. 2016;51(1):15-9
Ross JS, Shua-Haim JR. Open-label study of
dronabinol in the treatment of refractory agitation in Alzheimer’s disease: a
pilot study. Abstract, ASCP's 34th Annual Meeting, 12-15 November 2003, San
Antonio, USA
9.2 Riscos e Dosagem
Riscos e efeitos
colaterais
Biol Psychiatry. 2016 Apr 1;79(7):e17-31. doi:
10.1016/j.biopsych.2015.11.013. Epub 2015 Dec 4.The Role of Cannabinoids in
Neuroanatomic Alterations in Cannabis Users.
Lorenzetti V1, Solowij N2, Yücel M3.
JAMA Psychiatry. 2019 Feb 13. doi:
10.1001/jamapsychiatry.2018.4500. [Epub ahead of print]. Association of
Cannabis Use in Adolescence and Risk of Depression, Anxiety, and Suicidality in
Young Adulthood: A Systematic Review and Meta-analysis.
Gobbi G1, Atkin T1, Zytynski T1, Wang S2, Askari S1,2, Boruff
J3, Ware M4,5, Marmorstein N6, Cipriani A7,8, Dendukuri N2, Mayo N2,9.
Curr Psychiatry Rep. 2016 Feb;18(2):12. Cannabis and Psychosis: a Critical
Overview of the Relationship. Ksir C1, Hart CL2,3,4,5.
Global burden of schizophrenia in the year 2000: Version 1
estimates Jose LuisAyuso-Mateos. http://www.who.int/healthinfo/statistics/bod_schizophrenia.pdf 2006
Battistella G, Fornari
E, Annoni JM, et al. Long-term effects of cannabis on brain structure.
Neuropsychopharmacology. 2014 Aug;39(9):2041–2048
Feingold D, Brill S, Goor-Aryeh I, Delayahu Y,
Lev-Ran S. Depression and anxiety among chronic pain patients receiving
prescription opioids and medical marijuana. J Affect Disord. 2017;218:1-7
Feingold D, Rehm J, Lev-Ran S. Cannabis use and the course and
outcome of major depressive disorder: A population based longitudinal study.
Psychiatry Res. 2017;251:225-234
Dierker L, Selya A, Lanza S, Li R3, Rose J. Depression and
marijuana use disorder symptoms among current marijuana users. Addict Behav.
2018;76:161-168
Pamplona FA, da Silva LR, Coan AC. Potential Clinical
Benefits of CBD-Rich Cannabis Extracts Over Purified CBD in
Treatment-Resistant Epilepsy: Observational Data Meta-analysis.
Front Neurol. 2018; 9:1050. Epub 2019 Jan 10
Dosagem
Boggs DL , Surti T, Gupta A, Gupta S, Nici M, Pittman B,
Schnakenberg Martin AM , Thurnauer H, Davies A, D 'S ouza DC ,
Ranganathan M. Cannabis Dosing.www.projectcbd.org/guidance/cannabis-dosing
Evanoff AB , Quan T, Dufault C, M Awad, Bierut LJ . Os
médicos em treinamento
não estão preparados para prescrever maconha medicinal. Dependência de Álcool de Drogas
. 1 de novembro de 2017
Gallily R, et al. Superando a dose-resposta em forma de sino
do canabidiol usando o extrato de cannabis enriquecido em canabidiol . Pharmacology & Pharmacy, 2015, 6, 75-85.
Cannabis Dosing Guidelines from Mayo Clinic. https://hawaiicannabis.org/dosing-guidelines-from-mayo-clinic