quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Memória da segunda vez que eu fumei a changa (04/2021)

me apareceu a sensação forte de um transporte para o além, mas eu me segurei nos calcanhares mantendo-me fiel à doutrina de que eu não estou no além, jamais, mas apenas aqui mesmo, agora. E então a viagem voltou para mim mesmo e cheguei à conclusão tranquila e equilibrada de que é tudo pelo meu ego mesmo. Por analogia ou por identidade mesmo, pode-se dizer do ego, como do gene, que ele quer se perpetuar. Mas o ego quer se perpetuar não na biologia da espécie, e sim na cultura, como história. É nela que o ego se perpetua. E assim já não estamos mais no universo miserável do egoísmo. Mas, certamente, para mim, assim como para você, de um modo decisivo em nossas vidas, continua sendo tudo pelo ego. Eu me reconheço como mais generoso e mais tolerante do que grande parte das pessoas, a maior parte, eu diria. E agora? Não sou egoísta, de modo algum, então. Mas, realmente faço tudo pelo meu ego. E fiquei em paz com isso desde então

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