segunda-feira, 26 de março de 2018

minha causa sempre foi a vida e a dignidade

Quanto à causa, a minha sempre foi a vida e a dignidade. Não tenho interesse em maconha medicinal a não ser como instrumento de vida e dignidade. Afora isso não me interessa. Não tenho compromisso com qualquer outra causa ou movimento ou história. Há muitos riscos. Mas a vida não se mede apenas pelos riscos. E vou te explicar em duas palavras o por quê é ético e por quê é técnico. Veja bem... Todos os efeitos q encontrei em óleos ricos em cbd encontrei em óleos ricos em thc em minha casuística ou em publicações. Não vejo como definir nenhum parâmetro consistente em relação a benefício ou risco maior de qq dos dois. Não aceito a imputação de causa da esquizofrenia à maconha. Minha experiência mostra que ela pode ser terapêutica em casos de distúrbios psíquicos graves inclusive psicose / esquizofrenia. Há toda uma corrente de interpretação epidemiológica consistente nesse sentido. A canabis é menos tóxica do que qualquer um dos medicamentos atualmente utilizados para o tratamento de autismo, epilepsia, dor neuropatica e diversas outras doenças psíquicas e orgânicas para as quais ela pode ser terapêutica. A maconha e seus extratos comuns são produtos naturais, que, nas concentrações atualmente disponíveis, não são capazes de produzir overdose com risco à vida. É um fitoterápico que deve ter livre acesso aos pacientes. Como, aliás, os óleos de maconha, ricos em CBD, são atualmente comercializados nos EUA ou na Suécia, por exemplo. Sem receita médica. Como um recurso de uso popular, sem controle. E é assim mesmo que eu acho q deve ser. Esse é o caminho correto e se o preconceito acadêmico e médico não atrapalharem muito a gente vai acabar conseguindo para a planta integral e os extratos ricos em THC também. Pq em algum momento a ignorância tem que ceder ao conhecimento e à experiência, ou não é? Aí você me pergunta então, Dr. Paulo, é sem risco algum? E eu tenho q te responder q nada na vida é sem risco algum. Mas certamente é de risco desprezível em comparação com qualquer medicação q os pacientes têm utilizado nesses casos. O que pude observar de maior risco é que pode haver piora de sintomas neuropsíquicos em um percentual baixo de casos, sendo a sua maioria em casos de associação da canabis (ou extratos de CBD puro, alto CBD ou alto THC) com polimedicação neuropsi (principalmente com a presença de antipsicóticos). Ou então na retirada desses medicamentos. É o risco de ocorrência de reações paradoxais que, tenho verificado na prática, também estão presentes em todos os medicamentos hoje utilizados nesses casos. Tenho procurado advertir às pessoas na rede desses riscos, relacionados à piora de sintomas psíquicos ou neuropsíquicos e também procurado divulgar a técnica de início dos tratamentos com canabinoides nesses casos, com baixas doses, e elevar progressivamente, acompanhando as alterações nos sintomas, para só então ir reduzindo progressivamente até a retirada total ou máxima possível dos medicamentos tóxicos q eles estão usando. Acredito q assim se reduza o risco dessas turbulências e pioras, mas ele sempre persiste e, de todo modo, é minha convicção que, em geral, em casos de autismo que é a minha maior casuística, com certeza, vale a pena fazer a retirada da maioria ou totalidade dos medicamentos em uso, os resultados terminam sendo em geral melhores ou pelo menos os mesmos, mas sem a toxicidade dos diversos medicamentos q se usam nesses casos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário