segunda-feira, 5 de junho de 2023

A PAZ É O CAMINHO: A QUEDA DO IMPÉRIO AMERICANO E O AVANÇO DO SOCIALISMO MUNDIAL

Estamos vendo os momentos finais da hegemonia ou do império do EUA, que se seguiu, e deu continuidade, ao império da Inglaterra. De acordo com a análise de Ray Dalio, uma das últimas etapas na sucessão de hegemonias no capitalismo mundial é a substituição da moeda internacional. E isto está justamente ocorrendo diante dos nossos olhos. É claro que quando um poder hegemônico está em decadência cada ato de força da sua parte corre o risco de se voltar diretamente contra ele, demonstrando, consolidando e aprofundando a sua fraqueza. E é isso mesmo que ocorreu com as sanções econômicas que os americanos tentaram impor contra a Rússia. Os efeitos negativos estão se manifestando diretamente nos próprios EUA e nos países da Europa, que estão se colocando como vassalos dos EUA. Inflação e queda no crescimento econômico, empobrecimento e crises sociais, esta é a colheita da aliança Ocidental. Do outro lado, a economia russa vai bem e só cresceram, numa resposta forte e imediata, os acordos para tracas internacionais sem o uso de dólar. Acordos neste sentido estão ocorrendo agora, até entre o Irã e a Corea do Sul, por exemplo, e eles se disseminam rapidamente mundo afora, de um modo inesperado e impossível até muito pouco tempo atrás. Especialmente o comércio de petróleo está saindo da área de influência e controle, ao fim, do dólar. Obviamente, isto é um golpe tremendo contra a força do dólar e, correlativamente, a hegemonia dos EUA no mundo. Se a análise de Dalio estiver correta este processo termina sendo acompanhado por grandes guerras. Mas, eu tenho dito, repetidamente, que eu acredito que este processo será bem menos violento e destrutivo agora do que aquele das grandes crises econômicas e guerras europeias e mundiais da primeira metade do século passado. E baseio esta esperança em dois pontos, sobretudo: no aprendizado histórico que estas grandes tragédias sociais nos trouxeram e no fato que a maior potência emergente e que está substituindo os EUA na hegemonia da economia e, logo, da vida social mundial é a China socialista. Ou seja, deposito minhas esperanças no processo histórico de socialização do sistema capitalista mundial, que se aprofundou e desenvolveu decididamente a partir das grandes crises econômicas e guerras da primeira metade do século passado. É, mais uma vez, o avanço decidido e incontrastável do socialismo no sistema capitalista mundial que pode nos salvar de crises e violência ainda muito maiores do que as que já estamos vivendo no mundo atualmente. Parte importante disto é o reconhecimento de que o socialismo é vencedor no processo histórico mundial e que a colaboração e integração entre os povos e é algo positivo, realmente, para todos. A globalização da produção e da vida social em geral verdadeiramente devem representar ganhos para toda a humanidade. A violência e a destrutividade que se apresentam no sistema global, no presente, com empobrecimento e guerras, não se devem à integração econômica e social mundial, ao contrário, mas, são expressões da violência e destrutividade próprias do capitalismo na sua etapa atual. Ainda assim o avanço e a hegemonia chinesas se mostram, progressivamente, em todos os aspectos relevantes da economia mundial, desde os indicadores de educação e produção científica até os de patentes e desenvolvimento produção, assim como nas trocas e no investimento internacionais. Não há como deter este processo, a não ser através de guerra destrutiva. Não sendo a China socialista um país imperialista, não tem pretensões colonizadoras expansionistas, mas, mesmo assim, os EUA vão procurar manter as condições de guerra atuais e criar mais condições de guerra, pois, não há alternativa para a perda final da sua hegemonia mundial, que de fato já está em curso e avançada. No momento, além da participação na guerra da Ucrânia e outras guerras mundo afora, os EUA exercem, com variado sucesso, ações destrutivas de guerra econômica contra muitos países, diretamente, do modo mais violento, destruindo economias e chantageando nações inteiras, através dos bloqueios econômicos e financeiros, como contra Cuba, contra Venezuela, contra o Irã, entre outros países. Agora, com a Rússia, é que isto fracassou completamente, acelerando a própria decadência do poder hegemônico dos EUA. E, talvez, a guerra econômica mais importante do momento é a tentativa dos EUA de bloquear o acesso da economia chinesa aos chips e à tecnologia para a produção de chips mais avançados, seja de empresas americanas, seja no mercado internacional. Neste caso, mais uma vez, parece que o feitiço está virando contra o feiticeiro. A China está acelerando seu desenvolvimento e são as empresas de chips e outros setores da economia dos EUA que estão enfrentando mais dificuldades. Estes são exemplos de ações contra os povos e contra a economia mundial em geral, contra a globalização e o desenvolvimento, ações unilaterais e abusivas de poder e controle da nação hegemônica, mas que já não se sustentam e começam a dar resultados contrários em todos os lados. A ameaça das guerras cresce com a deterioração da hegemonia americana, com o aumento da sua impotência no campo econômico e político, a sua força militar se torna o seu último recurso de poder.. Mas, o desenvolvimento econômico precisa da paz. O desenvolvimento social precisa da paz. Os imperialistas e os liberais em geral se unem para sustentar a guerra. Em contrário estão as forças da própria globalização da economia mundial e a força da China socialista nesta economia e na geopolítica no mundo globalizado, polarizando uma ação sistêmica de defesa e avanço do sul global contra o imperialismo, o colonialismo, a xenofobia e o fascismo. Estamos no caminho, com certeza difícil e tempestuoso, da transição, simultaneamente, para além da grave crise econômica mundial atual, que já persiste há mais de uma década, da perda de hegemonia dos EUA e do avanço socialismo mundial. E a paz deve voltar a ser uma grande bandeira política e ideológica mundial. Precisamos garantir que a paz se mantenha pelo menos nos níveis das décadas passadas. Precisamos evitar que a guerra seja proclamada e adotada como solução para a crise sem saída do capitalismo atual e da hegemonia dos EUA.

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