quarta-feira, 12 de outubro de 2016

NENHUM DIREITO A MENOS. FIM DOS PRIVILÉGIOS PRIMEIRO!

Estou identificando que os defensores dos interesses dos privilegiados têm argumentos de três tipos.

Um é a defesa do privilégio como direito.
Essa linha une direita e esquerda conservadoras e corporativas. Defende-se facilmente o privilégio da sua corporação como se fosse direito.
Essa é a linha dos legalistas garantistas também. Grande parte, se não a maioria deles, na esquerda. Estes começam pela defesa dos direitos universais e, com base neles, vão à advocacia dos direitos e recursos especiais dos privilegiados.
Esse tipo de argumentação corporativa e legalista é, nos dias atuais, pouco atraente e certamente perde em qualquer disputa ideológica aberta. E o raciocínio que sustenta essa posição é realmente pobre. Em síntese, é a defesa de que se está na lei ou se a lei permite, então é direito do cidadão se aproveitar disso, mesmo se não for justo, mesmo se for imoral.
Mas. Se um juiz tem o privilégio de receber bolsa educação de milhares de reais para custear a escola cara do seu filho, quando vamos cortar os recursos para as escolas e universidades sucateadas da massa da população brasileira. Se o desembargador quando está envolvido em crime (e são muitos os casos assim), quando vem a ser julgado e condenado (o que é mto raro mesmo), recebe como pena a aposentadoria com salário integral, Se tem funcionário público estadual e federal ganhando mais de 100 mil reais por mês, quando os governos estão tendo que cortar no osso. Está claro que nada disso é direito, ainda que esteja na lei.

Mas o segundo tipo de argumento é mais enganoso, é mais dissimulado e por isso também deve ser mais eficiente, nas condições atuais de farsa e enganação contra os interesses populares. É o argumento da direita que se faz de mais liberal, aquela que quer ser a porta-voz do mercado na política e, portanto, contra os privilégios e as benesses do estado. Esses, que são a ideologia mais vitoriosa no golpe do impitima, são radicalmente contra os privilégios em princípio, mas defendem as medidas do governo Temer. Querem primeiro estabelecer o limite de gastos ao estado em geral e deixar para depois a questão de como os recursos minguados serão gastos. Querem fazer primeiro a reforma para economizar na pobre previdência do trabalhador brasileiro, aumentando o tempo de trabalho e cortando nas aposentadorias. E vão deixar para depois a reforma das previdências especiais. Eles te explicam assim: primeiro vamos tirar de todos e depois vamos atacar os privilégios.
Não cai nessa não cidadão, isso é o golpe, é o 171.
Querem que você aceite sacrifícios agora para pagar a conta do desequilíbrio fiscal e acredite que amanhã, quando faltarem recursos para todo mundo, aí vamos conseguir priorizar os gastos necessários para a sociedade e por fim a privilégios.
Abre o olho cidadão. Esse é o golpe, esse é o 171.
Basta uma pergunta é simples. Por quê não começar cortando os privilégios, por quê não começar cortando nas gorduras e não no osso? Por quê não tirar de quem tá ganhando indevidamente ao invés de impor mais sacrifícios àqueles que realmente necessitam de serviços e recursos públicos?
Aí entra o terceiro argumento em favor dos privilegiados. Esse eu comentei ontem: é dizer que os privilegiados são poucos, os recursos gastos em privilégios não fazem diferença para o equilíbrio orçamentário e fiscal do país.
Mentira, quem defende isso defende que tem que cortar mesmo nos recursos para a assistência à saúde, para a educação, para as aposentadorias, para a infraestrutura e o investimento, para o saneamento, para as moradias, para a transferência de renda, enfim, que tem que cortar em todas as funções do estado de interesse popular, porque não adianta apenas acabar com os privilégios.
Mas isso também é farsa, também é enganação.
O fato é que existem recursos públicos desviados para privilégios bem suficientes para cobrir o rombo.
Existem recursos de isenções fiscais e outras desonerações, que representam muitas centenas de bilhões de dólares. Existem dezenas de previdências especiais, a começar com a dos políticos, a mais absurda de todas. Toda essa farra paga com os nossos impostos. E são aí mais várias dezenas ou centenas de bilhões.
Temos o legislativo e o judiciário mais caros e de mais baixo retorno social do mundo, cheios de privilégios, de direitos e recursos especiais. Idem.
Os recursos estão aí e até mesmo uma parte dos defensores do governo dos inimigos do povo reconhecem isso.
http://spotniks.com/8-perguntas-que-voce-precisa-saber-responder-antes-de-sair-por-ai-falando-da-pec-dos-gastos/
A questão com a PEC 241, a reforma previdenciária e outra medidas do governo dos inimigos do povo, portanto, cidadão, não é de falta de recursos e corte generalizado, é tirar dos que têm pouco para garantir o daqueles que já têm muito.
Abre o olho e defende o seu, porque é o que os poderosos estão fazendo com toda a força que têm.

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