segunda-feira, 30 de abril de 2018

MACONHA / THC / PODE CAUSAR ALTERAÇÃO EM ÁREAS DO CÉREBRO E PREJUDICAR O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E O EQUILÍBRIO PSIQUICO DO SEU FILHO? Esses alertas e preocupações estão sobretudo vinculados à seguinte pulicação: "Biol Psychiatry. 2016 Apr 1;79(7):e17-31. doi: 10.1016/j.biopsych.2015.11.013. Epub 2015 Dec 4. The Role of Cannabinoids in Neuroanatomic Alterations in Cannabis Users" Ela revisa 32 estudos com identificação, através de técnicas de imagem, de alterações em certas regiões do cérebro em usuários de crônicos de maconha Segue-se uma síntese do artigo: 1. Parte-se do pressuposto de um déficit cognitivo em usuários de canabis. OBSERVAÇÃO: Isto não está demonstrado, para neurotípicos, na vida real. E certamente não está demonstrado em autistas. As nossas evidências são todas em contrário, as crianças e adolescentes, dentro do espectro, em uso de maconha, seja de alto ou baixo CBD ou THC, têm melhor desempenho cognitivo e desenvolvimento geral. 2. Parte-se do pressuposto de que há maior incidência e prevalência de doenças mentais em usuários de canabis e relaciona-se esse fato ao uso da erva. OBSERVAÇÃO: Isto também não está demonstrado para neurotípicos . E mais uma vez, certamente não está demonstrado em autistas. As nossas evidências nessa área também são em sentido completamente contrário, mostrando grande melhora em aspectos psicocomportamentais na maioria das crianças e adolescentes autistas em uso de canabinoides, seja alto CBD ou alto THC. O mesmo se manifesta em pacientes com distúrbios psíquicos como a ansiedade, o pânico, a psicose, a depressão e também a depencia química, que podem ser muito bem tratados com canabinoides (THC ou CBD – maconha, portanto). 3. Identifica´-se o THC como o principal agente psicoativo da erva e associa-se, consequentemente, o THC aos distúrbios cognitivos e psíquicos que a maconha seria causa. 4. Identifica-se, em laboratório, efeitos agressivos do THC para alguns neurônios 5. Identificam-se alterações neuroanatômicas por técnicas de imagem em usuários crônicos de canabis em regiões do cérebro com maior densidade de receptores de canabinoides. OBSERVAÇÃO: Não há correspondente clínico para essas alterações, ou seja, aqueles que as apresentam não têm deficit cognitivo ou problema psíquico identificado neste artigo de revisão. É bastante peculiar q a quase totalidade dos sujeitos dos 32 estudos sejam adultos, ao passo q as alegações de distúrbios cognitivos e psiquicos em usuarios de canabis sejam sobretudo em adolescentes. 6. Faz-se a hipótese q essas alterações levariam a outras alteraçoes em outras áreas q estariam ligadas ao desempenho cognitivo. 7. Os autores concluem q, presumivelmente, o THC seria a causa, portanto, de distúrbios cognitivos em usários cronicos, em consequencia dessas alterações. Essa tese se reforça pelo fato de q a maconha atualmente usada tem mais THC. OBSERVAÇÃO: Lembro, mais uma vez que isto não está demonstrado na vida real para neurotípicos e em autistas nossos resultados mostram o completo oposto. 8. Concluiram, ainda presumivelmente, q o CBD seria protetor contra esses efeitos (q repito, não estão demonstrados na clínica). 9. Observa-se contudo q as lacunas, diferenças e incertezas nas dosagens dos canabinoides nos vários estudos não permitem concluir com segurança qual o papel de cada canabinoide (THC e CBD nessas alterações). OBSERVAÇÃO FINAL: O mais importante para mim ao analisar este artigo, considerando os neurotípicos, que são os sujeitos dos estudos revisados, é que parte-se de um pressuposto clínico-epidemiológico que não se sustenta na realidade até o momento: os maconheiros têm realmente pior desempenho cognitivo q a população em geral, não maconheira (incluindo aí todos os usuários de todas as substâncias psicoativas lícitas e ilícitas)? Eu acredito, por toda a minha experiência e vivência, que não. Na realidade as alterações identificadas em exames de imagem parecem ser achados sfortuitos, já que não têm indicados, neste estudo, correspondentes clínicos nos sujeitos em quem elas ocorrem. Mas, considerando os autistas e as crianças com síndromes epiléticas, esse artigo nada diz em respeito a elas, pois os seus sujeitos são neurotípicos como destaquei. E a nossa experiência mostra largamente o contrário: as crianças com síndromes epiléticas e autistas melhoram o seu desenvolvimento global (inclusive o cognitivo) com o uso dos canabinoides (Seja THC ou CBD, maconha, portanto). As mesmas coisas em geral podem se dizer e devem ser ditas sobre a hipótese da maconha causar distúrbios psíquicos. Mas isso eu já disse. A nossa experiência com crianças e adolescentes autistas é de melhora em geral. Sobre a diferença entre CBD e THC eu continuo com a minha certeza clínica: O THC é ativo é efetivo em doses muito mais baixas que o CBD, logo os efeitos dos canabinoides, psiquicos inclusive (positivos ou negativos) aparecerão muito mais com o uso de THC ou de ervas mais ricas em THC. É claro q há muito mais na ação destes canabinoides do que essa simples diferença de dose-efeito, mas essa é uma certeza que nós temos, enquanto as ideias e concepções e teorias sobre esses feitos são, por enquanto, apenas isso, ideias, concepçoes e teorias. https://www.youtube.com/watch?v=VFZWZv29bjo

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