quinta-feira, 10 de maio de 2018

Rumo ao nosso destino

Chega ao congresso proposta para liberar a criação de milícias armadas nas fazendas, sob o manto da liberação de porte de arma para os trabalhadores rurais. E deve até ser aprovada e com apoio popular. É mais um passo no golpe. E um passo muito significativo de aumento da violência opressiva que, obviamente, é parte integrante do golpe. O golpe é político, mas tem principalmente objetivos sociais, é sempre assim. E o que querem os ruralistas? O direito a terem à autoridade das armas em "seu território". Justificam isso pelos conceitos de liberdade e propriedade. Não importa que essas propriedades tenham sido conquistadas muitas vezes através de violência e crimes legitimados por um Estado corrupto, uma justiça, uma polícia e uma política coniventes e participantes dos esquemas criminais dos proprietários, dos empresários e dos grileiros, igualmente. É o ciclo da violência opressora que está em nossa tradição, como em nossos gens, refazendo seu percurso. Estamos agora, ao que parece, encontrando uma nova base ideológica e material para o Apartheid. Seja como for, seguimos lavando a nossa alma em banhos de sangue, com os mesmos mortos de sempre. É a vitória pelo terror. E nisso nós somos os mais escolados de todos, a vitória pela violência, até que não haja mais resistência possível. Nós sempre vivemos em condições extremas de opressão terrorista do poder no Brasil. Não há como negar. Todos os dias no nosso país líderes populares são assassinados. E os jovens rebeldes das camadas populares, têm qual destino no nosso país? Não adianta repetir o óbvio um milhão de vezes, sobre educação, sobre distribuição, sobre dignidade, sobre oportunidades, esses psicopatas assassinos que se mantém no poder no nosso país há séculos sabem muito objetivamente o que querem e o que estão fazendo. E no momento o golpe prosseguirá pelo apelo à ordem. Essa é e será a mensagem reiterada a partir de agora. O golpe tem que se justificar pela imposição da ordem. O que significa mais violência e opressão contra movimentos sociais, líderes e jovens rebeldes e das camadas populares no BR. A população, a depender de como esse enredo é contado a ela, o apoia integralmente. A sociedade, com a tradição da opressão violenta a lhe solidificar as estruturas há séculos, tem muita dificuldade de reagir a esse apelo à violência e aos banhos de sangue contra os mesmos de sempre, como solução final para as crises em que se mete. E assim voltamos a um nível maior de violência opressiva. O processo do golpe é justa e simplesmente este. O seu resultado é a manutenção e o aprofundamento da ordem social velha e carcomida que temos. Como sempre, é hora de resistir!!!

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