sexta-feira, 31 de março de 2017

A primeira vez que eu fumei a changa,

A primeira vez que eu fumei a changa,
me apareceu a sensação forte de um transporte para o além, mas eu me segurei nos calcanhares mantendo-me fiel à doutrina de que eu não estou no além, jamais, mas apenas aqui mesmo, sempre. E então a viagem voltou para mim mesmo e cheguei à conclusão tranquila e equilibrada de que é tudo pelo meu ego mesmo.
Vou lhes dizer porque isso pode ser tranquilo e equilibrado e não a força disruptiva e desequilibrada do egoísmo. Por analogia ou por identidade mesmo, pode-se dizer do ego, como do gene, que ele quer se perpetuar.Mas não na biologia da espécie, e sim de forma histórica, na cultura, é nela que o ego se perpetua.
E assim já não estamos mais no universo do egoísmo. Mas certamente, para mim, assim como para você, de um modo decisivo em nossas vidas, continua tudo sendo pelo ego.
Sou egoísta, então? Mas certamente eu me reconheço como mais generoso e mais tolerante do que grande parte das pessoas, a maior parte, eu diria.
E agora? Não sou egoísta, de modo algum então. Mas realmente faço tudo pelo meu ego.
E fiquei em paz com isso desde então.

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