segunda-feira, 31 de julho de 2023

E LEGALIZA O ABORTO! E LEGALIZA A MACONHA!

O Conselho Nacional de Saúde aprovou e a ministra da saude assinou uma resolução com a recomendação pela legalização da maconha e pela legalização do aborto. Uma resolução, uma recomendação assim, sem instrumentos de execução, é coisa que, em geral, eu não dou atenção, pois isto não tem efeito prático. Mas estas são duas posições de saúde pública, posições políticas e existenciais também, que eu sempre defendi e que não via brecha para serem de fato postas em questão aqui no Brasil. Lembro que em 2013 (eu fui daqueles que saiu às ruas em 2013), quando a multidão ficava em silêncio, eu gritava bem forte: E LEGALIZA A MACONHA! E LEGALIZA O ABORTO! E repetia várias vezes. Dava pra ver o espanto e eventual reprovação nas pessoas. Mas eu seguia gritando, sobretudo debaixo dos viadutos e dentro dos túneis, onde tinha mais ressonância: E LEGALIZA O ABORTO! E LEGALIZA A MACONHA! Mas, naquela época eu não tinha a menor expectativa de ver estas questões colocadas na pauta institucional da saúde pública no Brasil. O conservadorismo aqui é muito predominante. Vale dizer: a ignorância e a manipulação ideológicas aqui são grandes demais. Com certeza, a derrota do fascismo político nos deu agora mais possibilidade de colocar a questão no cenário nacional sob o prisma técnico, responsável, de saúde pública. Como agentes de saúde pública nós não podemos ignorar o ônus em morte, invalidez e adoecimento que são impostos pelas atuais politicas antidrogas e antiaborto aqui no Brasil. E, como agentes de saúde pública, temos é que dar condições de execução a estas diretrizes de liberação no nosso país. Devemos, como setor de saúde, levar a lei e a ideologia vigentes ao seu limite, no atendimento destas que são diretrizes de saúde e dignidade humanas. A Anvisa deve retirar os canabinoides e a maconha da lista de drogas ilícitas e os serviços de saúde pública devem fornecer todos recursos de contracepção, conforme critérios de saúde, em primeiro lugar. Mas, infelizmente, acho que ainda estamos longe disto. Então, ainda vamos ver a ideologia conservadora nos impor estas políticas de morte, estas verdadeiras necropolíticas antiaborto e antidrogas ainda por algum tempo . O setor de saúde seguirá impotente nessa guerra ideológica e política. Temos mais possibilidade pelo judiciário, pelo STF, talvez. Mas nada muito sigbificativo, não é?

Nenhum comentário:

Postar um comentário