quarta-feira, 17 de maio de 2017

Evolução do Índide de Gini do Brasil até 2015

Evolução do Ìndice de Gini do Brasil
(mede desigualdade social de renda – 0 seria a perfeita igualdade e 1 a perfeita desigualdade)

Anos 80 – 90 = 0,59 – 0,64 > Níveis extremamente elevados de desigualdade, com extremos de pobreza e miséria, herdados da ditadura militar. Caraterísticos de países pobres e ditatoriais.
Início dos 2000
2001 0,593
2004 0,570

Período Atual
2012 0,505 – 0,526
2013 0,495 – 0,501> 0,500 = nível do pré 64, também após ciclo de redução da desigualdade.
2014 0,490 – 0,497
2015 0,485 – 0,491


Em setembro de 2014, apesar da recessão e da inflação já darem as caras com firmeza, o rendimento da classe mais pobre (os 10% mais pobres) subiu 4,1%, aumento muito maior do que todas as outras classes. A renda média nesse grupo atingiu 256 reais. A renda das classes mais ricas estava praticamente estagnada ou já em queda.
Em 2015 a renda média cai. Mas o índice de Gini continuou a diminuir.
Em 2016 veio o impitima do governo petista. Período de novo aprofundamento da recessão.
Ainda não temos os dados do ano, mas parece bem razoável apostar na continuidade de queda da renda média. Também é provável a estagnação ou já uma reversão da queda do índice de Gini, ou seja, aumento da desigualdade social, com aumento da pobreza, da miséria, da violência social, da guerra civil não declarada que vivemos no país.
E parece bem razoável também, apostar que essa é a tendência para os próximos anos a se considerar as medidas do governo e do parlamento atuais.
Será o fim do ciclo de queda da desigualdade social, com redução da pobreza e da miséria no país, inciado no fim do segundo governo FHC.
Em resposta a esse ciclo de socialdemocratização da sociedade brasileira e à recessão, foi dado o golpe parlamentar no governo central e parece ter se instituído um acordo social e político suficiente para, em todos os campos, retirar recursos das classes mais pobres e perdoar dívidas ou reduzir encargos dos detentores de capital e dos próprios governos. Ou seja, transferir renda dos setores mais pobres da sociedade para os empresários e para o estado. A aposta deles é que isso vai resultar em novo ciclo de desenvolvimento econômico. Mas isso pode resultar em novo ciclo de desenvolvimento voltado para o mercado externo apenas, não é? Pois o mercado interno está e será ainda mais restringido pela queda da renda na massa da população, iniciada pela recessão e pela inflação e que será aprofundada com as reformas que tomam renda justamente das classes média baixa e baixa.
Vamos lembar que no fim do ciclo anterior, veio a ditadura militar e gastamos 50 anos para chegar novamente em um índice de Gini abaixo de 0,5. O que ainda significa algo muito alto em termos de desigualdade e, para um país com a renda média brasileira, representa ainda, necessariamente, a presença de grandes contingentes populacionais vivendo na pobreza extrema, na miséria e na marginalidade.
Minha melhor expectativa no presente é a continuidade e a progressão do conflito social intenso em que estamos.



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